Em nosso dia a dia na Klyro, acompanhamos de perto dilemas de startups que buscam crescer rápido sem perder de vista a construção de marca. Há sempre a dúvida: investir em branding ou focar em performance? Sabemos que para fundadores de negócios tecnológicos, a resposta pode mudar conforme estágio, mercado e produto, mas a discussão nunca sai de pauta. Vamos mostrar os caminhos para tomar decisões seguras e mensurar resultados de ambos os lados desse pêndulo.
Branding e performance: diferenças, funções e complementaridade
Branding e performance parecem caminhos opostos, mas se fortalecem quando usados juntos. Branding constrói percepção, confiança e gera valor emocional. Performance entrega resultados rápidos, atração imediata e conversão.
Nenhuma dessas estratégias é superior por si só. O segredo está no equilíbrio.
Distinguir bem os dois conceitos evita frustrações e otimiza orçamentos. Em nossa experiência, quando startups se baseiam na diferença de objetivos, mensagem, canais e tempo esperado de retorno, tomam decisões mais acertadas. Estudos recentes mostram que 94% das empresas brasileiras usam marketing digital para crescer, mas poucas sabem como dividir investimento entre awareness e conversão direta (pesquisa de 2024).
Como funciona o branding?
No branding, o foco vai além do logo e da identidade visual. Atuamos na criação de reputação, associações positivas, propósito e conexão emocional, tudo influenciando a percepção de valor. Campanhas de marca, sejam em canais tradicionais (TV, outdoor, rádio, revistas) ou digitais (streaming, podcasts, redes sociais, CTV), constroem memória e preferência até mesmo antes de uma pessoa pensar em adquirir seu produto.
Nossas experiências na Klyro mostram que startups maduras, SaaS horizontais e B2B de alta complexidade se beneficiam de investir em branding estratégico já a partir da validação do product-market fit.
Como funciona o marketing de performance?
Por outro lado, performance busca resultados tangíveis e rápidos. Usamos anúncios digitais hipersegmentados, links patrocinados, afiliados, SEO e estratégias de CRO para gerar cadastros, compras e leads, sempre com CTAs claros, direcionando ações como “Experimente agora” ou “Agende seu diagnóstico”.
Em performance, cada centavo precisa de retorno visível. Otimizamos CAC, LTV, payback window e pipeline. O ritmo é intenso: começamos com orçamentos enxutos e aceleramos ao confirmar que existe demanda saudável, evitando desperdício antes do produto provar seu valor.

Principais diferenças: mensagem, objetivo, formato e canais
A principal diferença já aparece na comunicação. Enquanto branding provoca emoção e afeto, performance mostra facilidade, preço ou funcionalidade.
- Branding: frases marcantes, vídeos inspiradores como os da Square, imagens impactantes, chamadas subjetivas ou nem sempre explícitas em pedir ação.
- Performance: destaque para print do produto, guias em formato de e-book, reviews, benefícios práticos, valor promocional e CTAs escancarados (“Compre agora”, “Teste grátis”).
Veja exemplos reais: Square impressiona com vídeos emocionais e mensagens sobre ajudar pequenos empreendedores, enquanto o Square Register vende diretamente e mostra funcionalidades. Duolingo apostou em campanhas criativas de brand, ganhando popularidade nas redes, e viu subirem cliques e conversões em anúncios de performance pouco tempo depois. Já Slack reforça atributos de marca e confiança ao expor depoimentos reais em anúncios orientados à conversão.
Como saber quando investir em branding ou performance?
Na Klyro, orientamos nossos clientes a analisar:
- Complexidade e ticket do produto: Quanto mais caro ou técnico, maior o valor da construção de marca (ex: SaaS B2B, soluções de luxo).
- Maturidade da empresa: Empresas em fase de validação precisam acelerar aquisição via performance; conforme crescem, branding torna-se necessário e menos opcional.
- Público e mercado: Produtos horizontais e de massa exigem brand forte para competir. Verticais de nicho concentram esforços em canais bem segmentados.
- Fase de investimento: Performance cresce em ritmo gradual até o product-market fit; só então faz sentido escalar e pensar em grandes campanhas de awareness.
Essa dosagem é visível até nos gigantes: Airbnb migrou orçamento do digital para campanhas de marca quando atingiu maturidade, apostando na memória e no desejo de longo prazo como diferencial.
Todo produto deve crescer de forma consistente, e não apenas rápido.
Ciclo de investimento e erros clássicos
Existe um ciclo típico conhecido como “Oops... Ok...”: a empresa começa investindo pouco em branding, sente falta de resultados, pausa tudo, retorna mais tarde com orçamento maior, mas sem planejamento e métricas certas. Muitas startups repetem esse movimento e só acertam ao estruturar processos, planejar campanhas de marca e desenvolver paciência para colher resultados de awareness no longo prazo.
Sugerimos preparar grandes campanhas de marca com 3 a 5 meses de antecedência para planejamento, criação, mídia e definição de KPIs em empresas maduras.
Já em performance, notamos uma “subida progressiva”, seguida por possíveis explosões após validação do produto. O segredo é respeito à disciplina financeira: sempre acompanhar CAC/LTV e ajustar orçamento conforme feedback do funil.
A saturação de performance exige criatividade e diversificação, aí branding entra como renovação do potencial do canal. Mercados competitivos ou queda econômica podem ser oportunidades para obter mídia barata, desde que respaldados em análise realista.

Padrões de orçamento e planejamento
Esses padrões ajudam na tomada de decisão:
- B2B: performance rodando o ano inteiro, picos de branding em feiras, lançamentos e datas estratégicas.
- B2C: campanhas de performance, mas branding ganha força em datas comerciais (Black Friday, Natal, lançamentos de produto grande).
Em relação à alocação de orçamento, observamos padrões mais adequados ao mercado brasileiro:
- Orçamento anual até R$300 mil: Priorize performance quase exclusivamente. Aqui, a startup ainda valida canais, mensagem e produto. Branding deve aparecer apenas de forma leve (identidade consistente, narrativa clara, site estruturado), mas sem grandes campanhas.
- Orçamento entre R$300 mil e R$1,5 milhão/ano: Já é possível começar a dividir o investimento. Um modelo comum que vemos com startups B2B e SaaS é algo como: 60% performance / 40% branding, ajustando conforme maturidade e ticket do produto.
- Orçamento acima de R$1,5 milhão/ano: Branding começa a ganhar protagonismo. Startups em tração, com PMF validado, podem operar com proporções como: 40% performance / 60% branding, especialmente em mercados competitivos. Essa divisão favorece construção de marca, campanhas amplas e fortalecimento de autoridade para acelerar vendas indiretas.
Esses números variam conforme estágio, complexidade da solução, momento de mercado e urgência de aquisição. Mas, no geral, o padrão brasileiro mostra que branding ganha relevância conforme o negócio se distancia da fase early-stage e entra em ciclos de crescimento previsíveis.
Mais detalhes práticos sobre estratégias podem ser conferidos em nosso artigo especial sobre branding para o crescimento de startups.
Medição: como mensurar branding e performance de maneira eficiente?
Cada vertente tem suas métricas. Mensuração de branding deve ser baseada em:
- Análises de tracking (antes e depois de campanhas)
- Volume de buscas pela marca (“branded search”)
- Visualizações e alcance em campanhas
- Lembrança espontânea e associada de marca
Performance exige outros números:
- Taxa de conversão (por canal, campanha e etapa do funil)
- Valor do tempo de vida do cliente (LTV)
- Custo de aquisição do cliente (CAC) e payback window
- Pipeline comercial e % de MQLs
- Comparação da eficiência dos canais
O mais importante: olhe para o funil completo, do topo ao fundo, e sempre inclua custos indiretos e integrados para entender o impacto real do investimento. E lembre-se: campanhas de branding bem feitas criam terreno fértil para taxas melhores nas campanhas de performance. Ambos lados se retroalimentam.
Conclusão: marca e performance, lado a lado, para startups crescerem com visão
Em nossa visão na Klyro, marketing de marca não é só campanha, mas é resultado dos valores fundadores, da percepção do produto e da experiência real proporcionada ao usuário. Performance traz o dinheiro que paga as contas, mas é a força da marca que sustenta negócios em cenários adversos e constrói valor de longo prazo, como mostram empresas como Monday.com, Stripe, Notion, Writer, Intercom, Brex, Atlassian, Salesforce, Duolingo, Zoom e Square.
Para quem quer se aprofundar em outros aspectos que envolvem tanto branding quanto performance, sugerimos acessar temas em branding, startups, estratégia e marketing.
Se sua startup busca fortalecer reputação, criar clareza estratégica e crescer com consistência, agende um diagnóstico conosco e conheça como a Klyro pode impulsionar seu posicionamento e resultados.
Perguntas frequentes
O que é branding para startups de tecnologia?
Branding para startups de tecnologia é o processo de criar valor, significado e reputação associada à marca no ecossistema digital e tradicional. Isso inclui a definição de propósito, promessa, diferenciais, identidade verbal e visual, e o alinhamento da narrativa em todos os pontos de contato, não apenas o visual, mas também a experiência, o atendimento e a confiança gerada em cada etapa de interação com clientes e parceiros.
Como medir resultados de branding e performance?
Branding é medido por pesquisas de tracking, impressões de busca da marca, alcance, visualizações e awareness, além de pesquisas de lembrança. Já performance é mensurada por conversão direta, CAC, LTV, payback window, pipeline, qualidade dos leads e acompanhamento da disciplina financeira do funil de vendas. O importante é comparar evolução de métricas ao longo do tempo, não apenas em picos isolados.
Vale a pena investir em branding no início?
Em geral, recomendamos que startups priorizem performance nos primeiros ciclos, até validar o produto e conquistar vendas orgânicas. Branding ganha protagonismo na etapa em que a marca precisa ser percebida como sólida para crescer de forma sustentável, diferenciar-se frente à concorrência e fidelizar clientes, especialmente em mercados complexos, SaaS B2B ou tickets elevados.
Quais métricas usar para avaliar performance?
As principais métricas para performance são taxa de conversão, CAC, LTV, payback window, custo por lead e análise do pipeline comercial. É fundamental observar a qualidade dos leads e medir o ROI por canal e campanha, além de ajustar constantemente conforme aprendizado dos testes.
Como equilibrar branding e performance na prática?
O equilíbrio acontece ao conectar branding e performance com base no estágio da empresa, tamanho do orçamento e contexto do mercado. O planejamento deve garantir que ações de branding criem percepção positiva e sustentem a consistência dos resultados de performance, enquanto as campanhas de performance retroalimentam atributos funcionais da marca.